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Remo dá vexame e entra `de férias´ até 2011

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Não vai ser tão cedo que o Remo vai voltar a dar alegrias para a sua torcida


Era comum a comparação do Remo 2010 com o de 2005. Por uma razão: ambos os times jogavam feio, de forma limitada. Não tinham craques, não encantavam ninguém, mas conseguiram se sustentar com o argumento da eficiência.

Havia uma diferença, contudo. Há cinco anos, quando o Remo se sagrou campeão brasileiro da Série C, a torcida jogava com o time, era como se subisse para cabecear a cada bola cruzada para Capitão, Maurílio e cia. Este ano, não foi exatamente assim. E por ironia do destino, quando o público passou da marca de 20 mil pagantes, quando o Mangueirão parecia reviver os bons tempos, o time de 2010 desandou.

A essa altura, outra diferença já estava estabelecida. Os azulinos de 2005 saíram como vencedores, escreveram seus nomes na história. Os azulinos de 2010, por sua vez, vão engrossar a lista dos fracassados. Aliás, um fato comum, corriqueiro das últimas temporadas da equipe de futebol.

Ontem, foi escrito mais um capítulo nebuloso da crise de identidade do Leão. O empate, 1 a 1, diante do Vila Aurora (MT), foi suficiente para desbancar Giba, Adriano, Lima, Vélber e o resto do time da Série D do Campeonato Brasileiro. A eliminação foi justa, não há o que questionar. O Remo do fatídico dia 12 de setembro não foi diferente das tarde de domingos anteriores. Foi envolvido e só não saiu derrotado do primeiro tempo por obra e graça de Adriano. Perdeu a batalha no setor de meio-campo, parecia bagunçado e a culpa, de acordo com os jogadores, foi do posicionamento equivocado.

Nos primeiros minutos da etapa final, enfim, a mudança de postura. A torcida empurrou, a equipe cresceu. Landu e Giba até vibraram como crianças. É que Vélber aproveitou o bom momento e fez 1 a 0. Mas a normalidade voltou com o gol de empate assinalado por Daniel. Na base do coração, sem tática alguma, com zagueiro virando lateral e atacante, o Remo não conseguiu alterar o placar e sacramentou a sua mais recente queda. Até quando, Leão?

Tradição não ganha jogo, Leão...

O gol do adversário, marcado fora de casa, selou a sorte do Remo no primeiro mata-mata da Série D. A soma dos dois resultados (um 0 a 0 e um 1 a 1) não retratou, como devia, a superioridade do time do Mato Grosso.

O Vila Aurora (MT), com uma filha salarial de R$55 mil, segundo o presidente José Carlos Filho, foi superior duas vezes seguidas ao Remo, que gastava algo em torno de R$300 mil mensalmente, de acordo com informações extra-oficiais. O Oscar das declarações pós–jogo foi do treinador classificado, Carlos Rufino. Sincero, disse que se tratava do dia mais feliz da sua vida profissional e, depois, concluiu com perfeição. “O Remo tem pouco time para a tradição dele”. Rufino já havia dito algo parecido antes do jogo em Belém. Considerou que era possível uma vitória, sem desrespeitar e sem apelar. Dito e feito! “Estou feliz porque acabamos sendo superiores”, afirmou. Do lado de fora do vestiário dos visitantes, gritos eufóricos. Pareceu e pode ter sido o maior feito da história do Vila Aurora.

O lado remista era só desolação. O meia Canindé acabou revelando um pouco do clima após a partida. De acordo com o meia, que admitiu, apesar de não saber explicar a sua fase ruim com a camisa azulina, apenas o companheiro Vélber conversou com o grupo. Na versão, Giba e os demais integrantes da diretoria ficaram em silêncio. Vélber, aliás, mostrou o porquê é um dos jogadores mais vitoriosos do futebol paraense. Saiu de cabeça erguida, cumprimentando a todos e se expondo à ira de poucos torcedores que resolveram protestar. “No futebol, não se pode errar!”, disse o risadinha, explicando, de forma simples, a eliminação. Um grupo de policiais chegou a se posicionar para evitar tumulto, mas não precisou agir.

Questionamentos e desculpas

O reserva Didão foi o dono do discurso mais forte. Evitando polemizar, o meia acabou expondo que esperava ser utilizado como opção para conter a volúpia do adversário a partir do momento em que o Remo conseguiu obter vantagem. “A gente acaba sendo treinador”, comentou, seguindo. “Pensei que iria entrar. Poderíamos ter tirado o Frontini ou o Vélber para fechar mais o meio”, indicou.

Didão até questionou o método de trabalho implantado pela comissão técnica. “Tava rendendo durante os treinamentos, dando o meu máximo, e às vezes não fui nem no banco”, disparou. Por ironia, o meio-campo teve a sua primeira chance no Remo já sob o comando de Giba, ainda durante o Campeonato Paraense no decorrer de um jogo contra o São Raimundo, em Santarém. Terminou o Estadual como titular, porém, perdeu a titularidade com a chegada de Júlio Bastos.

Entre os demais jogadores, ninguém apontou culpado. “Não é o momento de crucificar ninguém”, considerou Gian. Já Zé Carlos, que começou o torneio como principal referência de área e acabou fracassando, falou com o torcedor. “Peço desculpas. Ano passado (quando atuou pelo Paysandu), fui feliz aqui. Infelizmente, não deu para repetir as boas atuações”, lamentou. “A gente não pode tirar o mérito do Vila. Eles apresentaram um futebol belíssimo”, exagerou. Landu pontuou que o momento exige um determinado comportamento. “Todos têm que assumir a responsabilidade. Não só eu, porque todo mundo joga”.

Fonte:Diário do Pará

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